segunda-feira, 29 de abril de 2013

Lola Benvenutti

Ela tem 21 anos, é recém-formada em letras pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), exibe em tatuagens pelo corpo frases de Guimarães Rosa e Manuel Bandeira, adotou como pseudônimo um nome que faz referência a um personagem do escritor russo Vladimir Nabokov e assume, sem problemas, ser garota de programa. Gabriela Natália da Silva, ou Lola Benvenutti, mantém um blog em que escreve contos baseados nas experiências com seus clientes e chama a atenção ao tentar quebrar o tabu do sexo. “Sempre gostei de sexo, então tinha um desejo secreto de trabalhar com isso e não há nada mais justo, faço porque gosto”, afirmou em entrevista ao G1.

A realidade de Gabriela sempre foi diferente da vida de uma parcela das garotas de programa que são universitárias e optam por se prostituir para manter as despesas com os estudos. "Tem uma categoria nos sites de acompanhantes que são de universitárias e fazem isso porque fazem faculdade particular e precisam pagar, mas eu nunca precisei disso, sou inteligente, fiz faculdade, optei por isso, qual o problema?", questionou.

Natural de Pirassununga (SP), se mudou para São Carlos para fazer faculdade, mas por temer algum tipo de retaliação resolveu manter sua identidade como prostituta com discrição até concluir o curso. “Fiquei com um pouco de medo de isso reverberar de alguma forma na faculdade, então achei melhor terminar a graduação para colocar o blog no ar”, disse.

O site recebe cerca de duas mil visitas por dia e é nele que Lola posta sua rotina como prostituta. Entretanto, vê diferença entre sua história e o fenômeno Bruna Surfistinha, pseudônimo de Raquel Pacheco, ex-prostituta que fez fama na internet e teve sua história publicada em livro e roteirizada em um filme. “Ela teve uma vida diferente da minha, com outras oportunidades”, comentou.

Além de manter seus contos e servir como contato entre seus clientes, que chegam a cinco por dia, o blog serve também para levantar discussão sobre o prazer no sexo. “As pessoas são hipócritas, vivem de sexo, veem vídeo pornográfico, mas não falam porque têm vergonha. Um monte de mulher entra no blog e fala que adoraria fazer o que eu faço, mas não tem coragem; e dos homens escuto as confissões mais loucas e cada vez mais esse tabu do sexo é uma coisa besta”, avaliou.

Barreiras
Apesar da escolha em ser uma profissional do sexo, Gabriela não desistiu de seguir carreira acadêmica ou dar aulas após a conclusão do curso de letras. “Também quero dar aula, mas por hobby, e além disso também tem a questão financeira, porque dando aula hoje você quase não se sustenta”, analisou. “Acho que as duas coisas são difíceis de casar, é muito difícil que uma escola que sabe o que eu faço me permita trabalhar com eles, vou ter que derrubar barreiras”.

Ainda este ano, ela pretende se mudar para São Paulo, onde vai continuar trabalhando como garota de programa e acumulando um mestrado na Universidade de São Paulo (USP). “Cansei um pouco de São Carlos e agora quero outras coisas, tanto que o mestrado para o qual estou estudando é na USP, converso com alguns professores e quero pesquisar na área de prostituição ou fetiche”, considerou.

Esse tipo de assunto, segundo ela, já é seu objeto de estudo desde a adolescência. “Desde os 14 anos estudo o sadomasoquismo, que hoje está ficando mais popularizado com ajuda do livro ‘Cinquenta Tons de Cinza’, que é marginalizado para quem curte, mas abriu um leque para as pessoas que não conheciam”, explicou.

Interesse pelo sexo
O interesse precoce por sexo começou com uma vontade íntima de deixar de ser virgem, o que considerava ser um ‘fardo’. “Desde os 11 anos queria me livrar desse fardo, mas perdi a virgindade com 13 anos e a primeira vez foi péssima, com um homem de 30 anos que conheci pela internet”, relembrou.
No início, Gabriela ficou em dúvida sobre o prazer causado pelo sexo.“Não fiquei confortável, fiquei um tempo sem fazer pensando em como era possível as pessoas falarem tanto disso, mas aí depois de um tempo eu fui gostando e a percepção mudou”, revelou.

Segundo Gabriela, nunca houve um episódio em sua vida que despertasse um interesse incomum para sexo. “Todo mundo fica me perguntando qual foi o fato que desencadeou isso, eu respondo que nada, meus pais foram ótimos, tive uma ótima educação, entrei na faculdade direto, fiz uma boa universidade e só”, garantiu.

Relação com a família
Como a personagem Tieta, da obra de Jorge Amado, Lola causa alvoroço quando retorna para sua cidade natal, mas a relação com a a família atualmente é estável. “Eu não vou muito pra lá, sinto que toda vez que vou, levanto uma poeira de discórdia e os vizinhos ficam comentando. Minha mãe já desconfiava porque nunca pedia dinheiro para ela e a relação foi muito mais difícil porque ela se importa muito com o que os outros dizem, mas a gente se fala”, disse.

Com o pai, militar da reserva, há uma relação de respeito e separação entre Gabriela e Lola. “Meu pai ficou seis meses sem falar comigo, eu achei que fosse pra vida toda, mas aí teve a minha formatura e ele veio. Na ocasião, disse que a filha dele era a Gabriela, não a outra, deixando bem claro que não compactua com isso. Mas ele ficou do meu lado e acho ele um herói porque não me abandonou”, confessou.

por Felipe Turioni

g1

"Mas por que ela faz isso?"

Acho muito curioso o fato de as pessoas tratarem minha atividade como se fosse algo ruim, destrutivo e desprezível. Ora, eu lido com a melhor sensação do mundo, gente: sexo!. Qual a dificuldade em entender que uma ninfomaníaca optou por cobrar por aquilo  que, outrora, fazia gratuitamente? Este não é o caminho que todos (ou quase todos) tomam? Ganhar dinheiro com aquilo que gostam?
Sendo assim, não sei qual a dificuldade em entender meu gosto pessoal e minha decisão.

Talvez o que desperte essa surpresa seja o fato de eu expor claramente meu rosto. A verdade é que o que eu mais gosto na minha vida atualmente é que não preciso me esconder das pessoas. Sou quem quero ser e não devo nada a ninguém. Isso, meus queridos, chama-se liberdade e eu garanto que é uma das melhores sensações do mundo.
 Não ligo se a fulana vai criar um perfil falso e espalhar pros meus amigos o que eu faço, porque os meus amigos são amigos independente das minhas escolhas. Caso contrário, não mereceriam minha amizade. Para aqueles que me criticam e acham terrível o que faço, não ligo a mínima, porque não são dignos de meu respeito e muito menos de meu carinho.

"Nossa, ela faz federal...teria uma carreira brilhante pela frente". Teria, não. Já tenho! Fazer uma faculdade não nos torna melhores que as outras pessoas.  O que nos torna melhores são nossas atitudes e além de eu proporcionar momentos incríveis para pessoas excelentes, sou ótima pessoa, que pensa sempre no próximo e que faz o que está ao meu alcance para proporcionar o bem.

A verdade é que eu sempre quis ser acompanhante. Se é um sonho esquisito pra se ter? Claro que não! Uma vida repleta de pessoas bacanas, que me tratam feito princesa, que me respeitam muito e com as quais mantenho laços de amizade eternos. Estou certa de que muitas mulheres adorariam viver essa sensação de desejo,  luxúria e gozo ao menos um dia em suas vidas.

Espero ter respondido à essa pergunta tão desnecessária que todo mundo me faz rs.


Beijos a todos meus queridos Lola Lovers =))))

#








 

Nenhum comentário:

Postar um comentário