sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Monica Matos, uma entrevista

Mônica Monteiro da Silva (São Paulo, 6 de Novembro de 1983) é uma atriz, diretora de filmes pornográficos e apresentadora brasileira, apresentadora do programa "Uma Noite no Paraíso", no canal adulto da TVA, além de ex-garota de programa. Iniciou a carreira com apenas 18 anos de idade, por influência de uma amiga que a apresentou a um produtor, tendo realizado mais de 300 filmes adultos por diversas produtoras nacionais e internacionais.

Em 2006, foi o tema central de uma grande polêmica ao aparecer em um vídeo onde praticava sexo oral a um cavalo[1], e fotos praticando fisting, além de cenas envolvendo vômito e urina. A divulgação dessas fotos e vídeos causou enorme controvérsia entre o público brasileiro apreciador de filmes pornográficos.
Ela foi contratada do grupo Brasileirinhas, estrelando filmes com celebridades como os atores Matheus Carrieri e Alexandre Frota. Em 2007, foi contratada para trabalhar com exclusividade pela Sexxxy Brasil. Participou de algumas produções americanas[1] a partir de 2005.

Em 2008 se consagrou como a primeira latino-americana a vencer o AVN Award 2008 na categoria "Female Foreign Performer of the Year"[2] (performance feminina estrangeira do ano).

Entrevista com Monica Mattos


O garotinho de Cao Hamburguer tem mais é que sair de férias, mesmo. O Brasil no Oscar é para Monica Mattos, atriz de títulos como A Campeã do Anal, Ânus Arrombadus 2 e Trepada Insana 6. Monica, 24 anos de idade e quatro de pornô, levou o prêmio de melhor atriz estrangeira no AVN Awards, considerada “o Oscar da pornografia”.

Nascida Monica Monteiro da Silva, essa paulistana já fez de tudo diante das câmeras em inúmeras produções (parou de contar quando estava em 300 filmes, e isso já faz mais de um ano). Hoje, conta que fatura entre R$ 1.000 e R$ 5.000 por cena, contra os R$ 600 geralmente pago às iniciantes. No Canal Adulto, apresenta o programa “Ao vivo do paraíso”, em que conversa com telespectadores que se masturbam por telefone enquanto interage com um casal em cenas ao vivo de sexo explícito.

Na entrevista, Monica conta que sua maior fã é a mãe, que "acha lindo" o trabalho da filha. Ela pousou para a objetiva da fotógrafa Luciana Figueiredo em um flat da Bela Vista, deitada sobre a cama repleta de bichinhos de pelúcia.

Qual é o segredo de uma boa atriz pornô?
O importante é fazer porque gosta, e não só pelo dinheiro. Se você não fizer porque está gostando, por mais que se empenhe, não vai ser a mesma coisa. O dinheiro é ótimo, mas eu faço porque gosto e nunca tive nada a reclamar.Eu tento me entregar na cena e não tenho frescura de nada. Não tem nada que eu não faça.

Qual foi a cena mais extrema que você já fez diante das câmeras?
Mais extrema... Ah, eu fiz uma cena com 15 homens [no filme Frota, Monica & Cia.]. Essa eu acho que foi a cena mais difícil para mim.

Mas você já fez filme com zoofilia?
Não... uma cena de oral, só.

Essa você não considera a mais extrema?
Não, não considero. Não tem como considerar uma cena de cinco minutos de sexo oral, só porque é com animal, mais extrema do que uma cena que demorei duas horas para gravar com 15 homens. Não tem nem comparação. [A cena com 15 homens] é uma coisa que não são todas atrizes que topariam fazer. E que agüentariam, também.
Esse prêmio mudou algo na sua vida?
Mudar, não mudou. Mas estou recebendo bastante parabéns, isso é bom (ri). Todo lugar que eu vou alguém me dá os parabéns.

Você acha que seu prêmio é motivo para o Brasil se orgulhar?
Para o Brasil, eu não sei. Mas para mim me orgulhar, com certeza.

A sua família sabe da sua profissão?
Sabe. Minha mãe ficou super feliz com o prêmio.

Sua mãe vê seus filmes?
Os filmes ela nunca viu. Eu acho que ia ter vergonha se ela visse a cena em si. A minha irmã mais nova viu e eu fiquei morrendo de vergonha... Mas as revistas, as capas dos filmes, tudo que sai de novo eu mostro para minha mãe. Ela adora e acha lindo.
É complicado para quem atua no ramo pornô ter namorado?
Não é. Porque desde entrei no ramo só namorei com pessoas que fazem a mesma coisa. Um tem que entender a vida do outro. Nunca me relacionei com pessoas de fora. Não sei se vai acontecer algum dia.

Trabalhando como atriz pornô, você deixou de fazer programa?
Programa eu não faço há quase dois anos. Até porque não tenho tempo. Se eu fizesse programa ganharia mais dinheiro, mas não compensa. É desgastante demais. Estou ganhando muito bem como atriz e é melhor ficar só nisso, mesmo. Tenho mais tempo para lazer, digamos assim.

O problema do programa, então, nem é o dinheiro, mas o fato de ser desgastante...
É desgastante e ocupa tempo. E também a gente nunca sabe a pessoa que vai ligar. Às vezes são pessoas maravilhosas e às vezes nem tanto. Já na gravação, você está transando com pessoas que estão ganhando para fazer a mesma coisa. É mais profissional.

Até quando você pretende ficar na carreira pornô?
Até quando eu estiver satisfeita e até quando estiverem satisfeitos com o meu trabalho. Não sei.

Mas o pornô também é como modelo, uma carreira curta. Você tem planos para o que vier depois?
Não, não... Também nem sei se é uma carreira curta. Estou há quase cinco anos e trabalhando até mais do que trabalhava no começo.

Mas você não espera estar fazendo isso, digamos, com trinta, quarenta anos?
Não, mas aí também acho que eu é que vou estar cansada... (ri)

Tem algum ator ou diretor que você cite entre seus favoritos?

Eu me dei super bem com todos que trabalhei. Eu já trabalhei com o Frota, a Vivi Fernandes, o Mateus Carrieri, o Oliver... Nacho Vidal. A Belladonna é o meu sonho. Espero um dia... é a minha meta!

Por que a
Belladonna?
Porque ela é maravilhosa. Só por isso. Ela é linda. É o meu sonho de consumo. No dia que fizer um filme com ela, posso parar a carreira que já estou feliz.
Seu relacionamento sexual no dia-a-dia é tão intenso quanto nos filmes?
Depende de quem estiver comigo. Se não tiver com namorado, não vou ficar saindo com qualquer um, até porque sexo eu tenho no meu trabalho. Para a pessoa ficar comigo precisa ter outras coisas.

Depois de um dia inteiro de gravação, você ainda tem clima para sexo em casa?
Com certeza. Até porque não é a mesma coisa. No trabalho eu faço sexo por dinheiro, e em casa eu faço porque quero, por prazer, por amor... E se estiver muito cansada a gente faz devagarzinho, não tem problema, não.

É possível ter prazer nas filmagens?
É um pouco difícil, mas às vezes dá. Eu me concentro no que estou fazendo e às vezes até esqueço que tem câmera e diretor. Aí rola.

As pessoas te reconhecem na rua?
Já aconteceu algumas vezes. Poucas. A vez mais engraçada foi dentro do metrô. Eu indo para a casa da minha mãe, toda desarrumada, de boné. Não sei como o cara me reconheceu. E ele veio falando mó alto: “Nossa, você é a Mônica Mattos, eu vi o seu filme com o Frota!”. Todo mundo virou e ficou olhando para mim. Eu pensei: ai, que legal. Mas ele foi super educado. Tirou foto no celular comigo. A gente ficou conversando um pouquinho e ele já desceu na outra estação. Todos os que me abordaram sempre foram muito carinhosos.

Você tem um sonho na vida?
Um sonho?... (Hesita.) Eu vivo tão bem o presente que para mim é difícil pensar no futuro. Espero que no futuro eu continue tão bem quanto estou no presente. Cada tempo de uma forma, a gente vai mudando. Estou feliz com o que estou fazendo, com minha vida, com a minha família. O importante é isso. Espero que continue assim.

(Versão X-rated da matéria
publicada no Metro de 29 de janeiro)

Fonte: Boteco Sujo (rip)

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